terça-feira, 24 de maio de 2011

Matéria Especial - Como manter a ética na mesa, de cabeça erguida - com Guilherme Kalil





Picareta’s do Brasil, sabe aquela figura xarope na mesa? Ou aquela arrogante? Bem como, aquela mal educada? Quem sabe essa pessoa não pode ser você?! Hoje faremos uma Matéria Especial Com Guilherme Kalil.






Guilherme Kalil
APELIDO: Guikalil
IDADE: 34 anos
MORA EM: Belo Horizonte, onde nasceu.
Diretor comercial da Revista Bluff Brasil, apresentador do Pokercast, colunista do www.papodehomem.com.br, ex-jogador do Bet Team Live, joga cash games e torneios live, mixed games online, é casado e formado em Engenharia Civil.



Guilherme, a respeito do tema, mantendo a ética de cabeça erguida, quais suas atitudes ao sentar na mesma mesa que você uma pessoa xarope, aquela insuportavelmente chata?

Olá amigos do Picareta’s. É um prazer estar aqui com vocês, especialmente respondendo a uma entrevista sobre ética num blog chamado Picareta’s! KKKK! Brincadeiras à parte, quando estou jogando poker (eu não sou jogador profissional) estou fazendo a coisa que mais gosto na vida, portanto eu não costumo tiltar com isto. Eu posso até ficar horrorizado com as atitudes de algumas pessoas, mas não me sinto ofendido nem me sinto na obrigação de ensiná-las como agir.


Como lidar com as brincadeiras, por muitas vezes de mau gosto, por parte dessas pessoas?

Na verdade se alguém falar algo que eu não goste de ouvir eu geralmente ignoro. Além disso, eu sempre carrego o meu Ipod, e nas raras ocasiões que alguém consegue me incomodar eu o ligo para ouvir música. Além disto, eu falo muito na mesa porque gosto das pessoas, e, apesar de não ser grosso ou fazer brincadeiras que possam ofendê-las, tem gente que não gosta de jogar contra quem fala demais. Aí eu os deixo ligar o ipod deles.

Então encontramos outra figura, que mesmo todos sabendo que o pôquer é um esporte onde se concretizam grandes amizades, sempre existiu aquela pessoa arrogante, encrenqueira, como lidar com um jogador desse porte?

Neste caso eu simplesmente ignoro a existência da pessoa, e jogo contra ela como se fosse qualquer outra. Eu tenho muito pouca paciência para lidar com pessoas arrogantes, mas sei que dinheiro não tem CPF. O dinheiro do adversário arrogante vale tanto quanto o do simpático. O único cuidado que eu tomo é o de não mudar meu jeito de jogar para “pegar” o cara que eu não gosto. Vejo muitos jogadores cometendo este erro.

Outra coisa que vejo são jogadores que se ofendem com a minha forma de jogar ou com as cartas que eu tinha quando paguei um raise, especialmente nas fazes iniciais de torneios. Para tratar com este jogadores que vem me questionar como eu tenho coragem de jogar uma mão assim eu uso a resposta que aprendi com meu amigo e professor Andrei “PorcoEspinho” Mosmam. Eu digo:

- Peraí. Eu paguei o buy in, recebi fichas e cartas, esperei minha vez de falar... Bem, eu faço o que eu quiser. Risos.

Jogadores que dão lição de moral na mesa em geral são os mesmos que te dão infinitos implied odds, pois eles pensam que todos deviam jogar como eles e nunca dão créditos a jogadores que os pagam ou 3 betam com mãos especulativas.



Guilherme, você já presenciou alguma encrenca, ou algo engraçado, que foge da ética do pôquer numa mesa de jogo?

Se alguma coisa foge da ética ela nunca vai ser engraçada, mas em 5 anos de poker eu já vi de quase tudo. Na verdade o que mais me incomoda é ver jogadores culpando dealers por suas marés ruins de cartas. Os dealers são profissionais que trabalham duro, e não são culpados nem por bad beats nem por churrilhos extraordinários.

Palavras de baixo calão, qual seu ponto de vista? Aceita pelo calor do momento, não gosta e critica, ou responde da mesma forma?

Eu não costumo nem comemorar. O maior bad beat que já dei foi em uma mesa da TV no BSOP de Porto Alegre. Eu tinha pouco mais de 1% de chance de ganhar a mão e acabei puxando, em uma mesa com várias estrelas do poker nacional, calado. E se eu nem comemoro, palavrões nem pensar.

Sabemos hoje, que há figuras mundiais que têm uma certa característica na mesa, Phil Hellmuth, por exemplo, gosta de uma “encrenquinha”, às vezes provoca e ironiza. Daniel Negreanu, adoro assisti-lo jogar, pois o mesmo descontrai a mesa, mas sabemos que não são todos que gostam de sua brincadeiras, um profissional deve ser exemplo ainda mais de ética, ou eles têm crédito?

O Daniel é um exemplo de como o jogador deve agir. As falinhas dele não são ofensivas, e para ele são muito lucrativas. Já o Hellmuth merecia ter tomado aquela porrada que o Akkari quase deu nele. Risos! Ele trabalha com uma “licença poética” devido aos seus 11 braceletes e sua fama de pirracento, mas se eu dirigisse um torneio com ele daria punições seguidas a cada ofensa que ele fizesse.

Mudando um pouco de assunto, qual sua maior referência no pôquer mundial?

Especialmente pelo fato de termos trazido a Bluff para o Brasil e trabalhar com isto, meus ídolos atuais são os empresários do poker, jornalistas, os donos de clubes de poker, donos de revistas e empresários do poker online. Não vou citar nomes pois vou acabar cometendo injustiças! Só quem trabalha com poker nos bastidores sabe o grind que é!

E a pergunta que faço a todos, numa noite, no pôquer ao vivo qual a porcentagem de habilidade e sorte que o jogador tem? E no pôquer on-line?

Em torneios, no curto prazo o poker tem 60% de habilidade. Em longo prazo tem 100%. Nos cash games a habilidade vale mais em curto prazo.




Bem, conversamos com Guilherme Kalil, nós do Picareta’s, desejamos à ele muita sorte nas mesas, e que continue contribuindo para o crescimento do pôquer no nosso país. Deixe um recado pros leitores Guilherme, e muito obrigado pelo tempo cedido ao Picareta’s.

E um prazer falar sobre um assunto tão pouco discutido. Obrigado ao Picareta’s e me coloco à disposição de vocês!

Até quinta-feira, com mais uma matéria especial.

2 comentários:

  1. parabens seu perfil é mais belo e moderno posivel,muitos deveriam se espelhar na sua conduta jogo a muito temo e sempre que possivel aconselho os mais novos suas conduta,parabens sucesso jose luiz (ZEBANGU)rio de janeiro

    ResponderExcluir
  2. Opa, muito obrigado, meu caro!!!

    ResponderExcluir